top of page

Autoconfiança não era nada que me contaram: a substância fez das migalhas uma farofa

  • Foto do escritor: Ana Silano
    Ana Silano
  • 8 de jan.
  • 2 min de leitura

Eu sempre fui uma mulher de personalidade forte e isso fez com que eu parecesse mais confiante do que eu era na realidade. Aos 26, muitas das minhas inseguranças com meu corpo já não são mais um problema -- ou sequer existem. Claro, não é algo 100%, mas cada vez menos meus defeitos me incomodam ou me paralisam de fazer o que eu quero, como eu quero, com quem eu quero.

O que ninguém me contou é que, pra chegar aqui, eu teria que fazer o exercício mais simples do mundo: me tratar com a mesma paciência, educação e gentileza com que eu trato os outros, com todos os defeitos. Para ser sincera, o que considero defeito em mim, nem mesmo considero defeito no outro na maioria das vezes. E quando o Outro deixa de estar em um pedestal, fica muito mais fácil se amar.

Claro, não vou dizer que esse também não é o resultado de me dar menos importância. Usando em um contexto nada religioso, é o velho ditado: se nem Jesus agradou todo mundo, não sou eu, favinho de mel, que tenho que ser perfeita. Jesus liberou esse peso dos meus ombros (embora eu ache que não era o objetivo do ditado).

E não só dar menos importância para meu impacto no outro, como também dar menos espaço para aquela voz filha da puta que vive falando que não sou boa suficiente, bonita o suficiente... O que é o suficiente? Nem ela sabe. E eu vou escutar essa maluca?

Sim. Eu sei que a maluca sou eu. Mas nem sempre eu sou inteligente, bonita, engraçada e sadia mentalmente. Claramente.

Ninguém é sem defeitos e por mais que pareça óbvio, não é. É fácil criar uma narrativa onde "comigo é diferente" ou "o meu caso é pior". Nesse caso releia o terceiro parágrafo. E depois o quarto.

Cada vez que venço uma barreira que eu mesma construí (para me proteger ou esconder), a vida fica um tico mais fácil. Mais leve. Mais gostosa de ser vivida. E num mundo onde as mudanças parecem tão distantes e impossível, que a gente consiga cada vez mais fazer as pazes com nós mesmos para que voltemos a ter desejo por sonhos reais.

Sonhos de real revolução. Mas esse é outro texto...

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Sobre ser mãe

Há nove anos, eu disse a mim mesma que aos 28 eu seria mãe. Como fosse. Com os 27 já batendo na minha porta, vejo meu sonho ficar mais...

 
 
 
Como você deseja ser amado?

Quero ler enquanto você joga, meus pés no seu colo, comentando aqui e ali sobre o que estamos fazendo. Você quer cafuné enquanto vê filme...

 
 
 

Comments


bottom of page